terça-feira, 3 de outubro de 2017

POEMA "MERKABA" DE TIAGO MOITA


MERKABA

Os intervalos das sílabas etéreas
donde brota o sal do teu nome
evocam o fogo-fátuo vítreo
durante o compasso dos segmentos
dos relógios que negam o teu corpo.

Procuro-te quando mergulho
na rosa carne do teu Terceiro Olho
e assisto à evaporação das vírgulas
que tatuei nas máscaras avatares
de quem nunca fui

Encontro-me quando observo
a valsa matemática dos diamantes
dois triângulos fundidos no Devir
de uma geometria sagrada de sons
burilados por uma voz sem eco.

Por fim...

Transcendo os sintagmas das escadas
até não encontrar mais nenhum muro
tetraético que separe a carne do sol
e descubro o centro do Cosmos
quando encontro a raiz do poema
após a erosão dos nomes.

TIAGO MOITA
"Metanoia"
Chiado Editora
2017

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